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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Correspondente registrou os diversos momentos da revolução, dos ataques a jornalistas até a queda de Mubarak

Após 15 dias no Egito, brasileiro volta ao Brasil e faz palestra no Rio de Janeiro


Nesta quinta-feira, dia 17, Luiz Gustavo Porfírio retorna ao Brasil depois de passar 15 dias acompanhando os atos no Cairo.  Ele esteve diariamente na Praça Tahrir, com os manifestantes que acabaram retirando o ditador Hosni Mubarak do comando do país. Neste período, Luiz enviou notícias e entrevistas ao jornal Opinião Socialista e manteve um blog e uma conta no twitter, onde publicava notícias direto dos atos na Praça.

De volta ao Brasil, Luiz fará palestras nos estados. Na sexta-feira, 18, às 18h, ele conta a sua experiência em uma palestra no Centro do Rio (Tv. do Paço, 23, 14º andar). “Foi incrível poder ver de perto uma revolução acontecendo. E testemunhar a força do povo egípcio, que não desistiu, mesmo depois de quase 300 mortes”, conta. Luiz chegou ao Cairo no dia 2 de fevereiro, horas depois de bandos avançarem contra os manifestantes na Praça, com cavalos e camelos. As imagens impressionaram o mundo todo e, junto com as ameaças aos jornalistas, mostraram também o risco que envolvia a cobertura.

“Passei por muitas barreiras, com homens armados, com barras de ferro. A primeira vez que me senti seguro foi na Praça, após o ato de sexta-feira”, revela. Luiz conta que o povo egípcio e os jovens acampados na Praça Tahrir eram muito solidários. “Foi uma experiência única que aconteceu ali naqueles dias. Uma fraternidade, onde todos participavam, com um só objetivo. Era muito bonito de se ver”, conta.

Um dos momentos mais marcantes para ele ocorreu na Praça Tahrir, no dia 10, quando Mubarak fez um discurso na TV. “Todos acharam que ele iria renunciar naquele dia, e correram para a Praça. Descobri que é possível juntar um milhão de pessoas em total silêncio”, lembra. A renúncia só veio no dia seguinte, e Luiz estava lá, acompanhando a festa dos egípcios. “Fui abraçado, beijado. Nunca vi tanta alegria reunida”.

Luiz é historiador e pesquisa a história e a luta do povo palestino. Mesmo deixando o Egito, ele seguirá acompanhando o destino desse país. “Eles conseguiram derrubar um ditador, mas o governo ainda está na mão dos militares". Segundo ele, várias lideranças querem um governo civil no país e todas as liberdades. "Eles não querem uma revolução pela metade”, afirma.

Ele estará em um debate nesta quinta, 17, em São Paulo. Na sexta, 18, vai ao Rio de Janeiro. A cobertura completa da viagem está no blog http://umbrasileironoegito.wordpress.com, que ele seguirá atualizando nas próximas semanas.

Um comentário:

  1. Um movimento que pode ser considerado no mundo islâmico como a "Primavera dos Povos", como no meado do século XIX. E, até poderemos traçar paralelos com os eventos do fim da década de 1980, a queda do Muro de Berlim e os consequentes movimentos dos países da Europa Oriental contra o regime "comunista" repressor, por mais liberdade.

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